Friday, December 29, 2006

BOAS FESTAS

Eu sou do tempo em que se enviavam cartões, pelo correio. E-mail, scrap? Coisa que nunca tinha ouvido falar... Tudo bem, esse papo de "eu sou do tempo" parece coisa de velho caquético, do século passado – mas fazer o quê? Eu sou do século passado!

Todo ano era a mesma coisa... Não passava um, sem enviar os tradicionais cartõezinhos de Natal. De preferência aqueles bem baratinhos, do tipo pague cinco e leve dez (e com envelope e tudo!). Era o jeito, muita gente pra lembrar... E mais que o cartão em si, o que importava era a lembrança, o que ia escrito nele...

Isso tudo rolava assim, de última hora. E lá estava eu, tipo dia 23, às vezes até 24, enviando os últimos cartões. Quando pensava que a missão estava cumprida, descobria que tinha esquecido daquele velho amigo da quinta série... Aquele que não passava um Natal sem esquecer de mim... Daí já viu: mais cartão, mais inspiração pra escrever meia dúzia de palavrinhas bonitas, nova ida ao correio...

Hoje é mais prático. Escrevo uma mensagem padrão, tipo essa aqui e é só clicar em meus contatos e pronto. De preferência com cópia oculta que é como todo mundo devia enviar e-mail. É muito mais seguro. Mas devo confessar que não é a mesma coisa. Pra mim nada substitui o velho e bom cartão de Natal, com suas estampas de Papai Noel e de Natais Brancos, bem distantes da realidade da terrinha. As idas ansiosas à caixa de correio pela resposta. A alegria ou a frustração de ser lembrado ou não.

Natal é tempo de comemoração. É aniversário. Ok, admito, o apelo comercial é bem forte. É fortíssimo. Falam até que Jesus não nasceu nem aqui nem na China em dezembro. Essas histórias todas eu conheço de cor. Mas o fato é que convencionou-se em comemorar a data em 25 de dezembro e agora cá estou eu, lembrando de você neste e-mail.

Natal é tempo de estar com a família. A que temos e a que escolhemos ter. Abraçar, beijar, esquecer as desavenças do ano inteiro. Rir, relembrar, festejar... Pensar no sentido maior da festa.

Se você está recebendo essas mal traçadas linhas, sinal que está na minha lista de endereços e que é muito especial pra mim, porque o simples fato de estar na minha lista de endereços não qualifica ninguém a receber essa mensagem que eu mesmo escrevi, perdendo minutos preciosos de minha manhã. Tá vendo, né? É pouca merda não...

Queria estar pertinho de todos os meus amigos, mas como não dá, desejo a cada um, tudo que há de melhor no mundo. Um Natal santo e abençoado. Muita paz, muita luz, amor, $$$ porque ninguém é de ferro. E que no ano que vem, tudo que você sonha tome contornos reais. O resto a gente empurra com a barriga. O importante a gente já tem. A vida. Estar vivo é o melhor dos presentes. O resto, como o próprio nome já diz, é resto.

Desculpa a volta danada. Eu falei de cartão, de correio, de e-mail e deixei o essencial pro final. Mas é o que desejo pra você, do fundo da minha alma.

Do amigo

MARCELO.

2 comments:

KathY CatherYne said...

A primeira coisa que pensei quando li "Eu sou do tempo em que se enviavam cartões, pelo correio." foi que "esse papo de "eu sou do tempo" parece coisa de velho caquético do século passado" -KKKKKKK!!!!

Vc colocou uma frase e em seguida colocou exatamente o que eu pensaria ao lê-la @.@
KKK, "realmente" vc deve ser um adivinho XP

Ah, tbm escrevo.,., Mais em poemas do que em prosa.,., Algumas coisas coloco no meu blog, é mais fácil achar pelos marcadores "Poemas Meus", se tiver a curiosidade de ler.,.,.,

BjoxXD!

KthY?

G I L B E R T O said...

Marcelo

Repito, belo texto!

Gostei do seu estilo!

Abraços!